Antes de saber como funciona o Mercado Livre, vale a pena ter-se em mente algumas características do mercado cativo, que é o regime a que boa parte das pequenas empresas está submetida. Nele, a distribuidora local possui com as empresas consumidoras contratos anuais, sempre renovados automaticamente, e seus reajustes são determinados unilateralmente pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica). Os aumentos variam por distribuidora, região e tipo de consumidor – se doméstico ou industrial, por exemplo. 

Além dos aumentos anuais, sobre o preço da energia são cobradas, ainda, taxas extras na forma das bandeiras amarela e vermelha, para cobrir os custos que recaem sobre o fornecimento de eletricidade na época da seca, quando os reservatórios das hidrelétricas (principal fonte de energia elétrica do País) estão baixos e é preciso preservá-los. Isso ocorre pois, nesses momentos, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) precisa reforçar o abastecimento de energia elétrica com eletricidade proveniente de fontes muito mais caras (e mais poluentes) – como gás, carvão e, inclusive, petróleo. 

Já no mercado livre, o que vale são as regras que estão no contrato fechado entre as partes. O preço da energia não sofre qualquer variação ao longo de sua vigência, independentemente da bandeira tarifária em vigor para o restante dos consumidores de energia, ou se a energia é consumida no horário de pico. E, como são contratos que podem ser fechados com grande antecedência, por longos períodos, um bom gestor de energia consegue comprar a eletricidade a futuro, a preços muito atraentes. O melhor momento para fazê-lo costuma ser na estação das chuvas, quando o preço da energia costuma cair em função da abundância de água nos reservatórios das hidrelétricas.

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