O Brasil – país que possui uma das melhores irradiações solares e ventos abundantes – ganhou destaque na COP 28 ao apresentar a meta de triplicar a sua capacidade instalada de projetos renováveis até 2030.  As chamadas fontes variáveis renováveis já estão na base de quase 30% da eletricidade consumida localmente. Em dez anos, a tendência é que essas duas fontes respondam por metade da carga. Só este ano, do total da capacidade acrescentada em 2023, de 7 Gigawatts (GW) entre janeiro e agosto, 89,9% vieram de eólicas (46%) e fotovoltaicas (43,9%).

No entanto, como ressalta Luiz Carlos Ciocchi, diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), ao Canal Energia, há desafios no horizonte. “A expansão do sistema elétrico no Brasil tem sido marcada por energias renováveis que têm a característica da intermitência”, afirma ele. Ou seja, estão sujeitas a bruscas variações de geração o que traz uma grande complexidade ao sistema, lembra o dirigente. De um lado, todas as unidades de geração distribuída, a base da fonte solar, deixam de produzir energia quando o sol se põe, levando o ONS a enfrentar uma rampa de carga intensa, em um intervalo muito curto de tempo.

Tudo isso em um cenário de Super El Niño, com ondas de calor intenso em todo o País, quando o sistema bateu recordes de consumo, superando os 100 GW em dias em que as temperaturas ultrapassaram os 40 graus em muitos estados.

“Este é um aprendizado tanto nacional, como internacional”, diz ele, lembrando que o tema foi discutido no GO 15 (Grupo dos 15 maiores operadores do mundo). “Todos nasceram com a filosofia de comando e controle, de despacho de usinas e abertura, ou não, de linhas de transmissão. Esse paradigma mudou”.

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