A PSR fez na edição 175 do Energy Report, referente a julho de 2021, uma análise sobre as condições de suprimento de energia até o fim do ano. A metodologia adotada considera os problemas de suprimento concentrados nas regiões Sudeste e Sul, com uma situação mais confortável nas regiões Nordeste e Norte. Assim, as usinas hidrelétricas da região Sudeste e Sul serão utilizadas para atender as suas demandas residuais, ou seja, a diferença entre a demanda mensal e a oferta total (capacidade máxima de transferência das regiões Nordeste e Norte para o Sudeste; geração térmica máxima no Sudeste e Sul; geração renovável do Sudeste e Sul não controladas pelo Operador Nacional do Sistema – ONS e geração hidrelétrica obrigatória resultante das defluências mínimas por uso múltiplo). Quanto maior a demanda residual, maior a redução do nível dos reservatórios e maior o risco de problemas no suprimento.
Em resumo, a análise energética mostrou que a probabilidade de problemas de suprimento de energia ainda em 2021 é bastante significativa em um eventual cenário de demanda mais elevada, que foi assumido como 9% de agosto a dezembro, equivalente a um crescimento de 7,8% do ano completo de 2021 em relação a 2020. Nesse cenário a necessidade de racionamento varia entre 2.7% e 6.8% da carga de setembro a novembro.
A análise também demonstra que a probabilidade de problemas de suprimento no horário de ponta é bastante elevada, tanto no caso de demanda estimada pelo ONS para o 2º semestre como para um crescimento da carga, e não é adequadamente mitigada mesmo supondo que todas as ações de flexibilização dos usos múltiplos da água sejam tomadas e haja um aumento de 3,5 GW de oferta.
A PSR acredita que haja espaço para mitigação dos cenários abordados via ações de gestão operativa e mesmo via estímulos financeiros para ações de redução de consumo voluntárias que podem atingir todo o país e todos os consumidores, como a Portaria 22, programa de redução voluntária da demanda.
A Portaria Normativa nº 17/GM/MME, de 22 de julho de 2021 também atua como uma medida emergencial para o recebimento de oferta adicional de energia proveniente de usina termelétrica com Custo Variável Unitário – CVU nulo. Por fim, entende-se que seja imprescindível a comunicação transparente e frequente com a sociedade sobre a gravidade da crise.