Nos próximos dois meses, podemos esperar temperaturas altas, acima da média – entre um e dois graus a mais, porém com grande variabilidade. Prevê-se a ocorrência de ondas de calor, com máximas próximas ou superiores a 28 graus Celsius, seguidas por quedas abruptas, com máximas de 15º C ou até mesmo 10º C. Em alguns casos, até menos. Este é o resumo do que se pode esperar até julho, conforme explicou a meteorologista Ana Clara Marques, Especialista em Clima para o setor Elétrico da Climatempo, em uma entrevista exclusiva à Migratio.
Mais frio, menos chuvas
A profissional ressaltou que nesse início de outono já se delineia uma tendência de queda na temperatura, com o avanço de massas de ar frio. “A chuva deverá diminuir na região Central do Brasil e no Sudeste. Também teremos menos ventos, com algum impacto na produção de energia eólica no Nordeste”, comentou ela, acrescentando que “as chuvas no Sul, no entanto, devem se manter por algum tempo, sustentando a geração local de energia nas hidrelétricas”.
De acordo com as previsões da Climatempo, as frentes frias esperadas deverão provocar alguma chuva, mas elas tendem a diminuir. É um fenômeno que chamado de “secamento”, o qual deverá ser gradual a partir de maio e junho. Ele se estenderá também ao Sul, única região do Brasil em que tradicionalmente ocorrem chuvas durante o outono.
Entre o El Niño e a La Niña
Ana Clara ressaltou que o Brasil está saindo do El Niño neste final de abril. Esse fenômeno natural diz respeito ao aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico, com impactos importantes no clima. E há chances de que venhamos a enfrentar o La Niña (quando o Pacífico se resfria mais do que o normal) no segundo semestre, a partir de julho. “Até lá, contudo, teremos uma fase do que chamamos de “neutralidade”. Ou seja, nesses próximos dois meses estaremos em um intervalo, entre um fenômeno e outro”.
Em resumo, o que esperar?
Portanto, nos próximos meses, explica a especialista, podemos esperar temperaturas acima da média, com variações significativas, incluindo ondas de calor seguidas por quedas bruscas de temperatura. Mas há uma tendência de queda nas temperaturas, menos chuvas no Centro e Sudeste, o que pode afetar a produção de energia eólica no Nordeste. No Sul, as chuvas devem persistir, sustentando a geração de energia nas hidrelétricas. A transição do El Niño para uma fase de neutralidade e a possível chegada do La Niña indicam incertezas nos padrões climáticos, com impactos potenciais em vários setores.