Migratio reúne em Limeira autoridades e empresários de energia e gás pelo segundo ano consecutivo

Pelo segundo ano, Migratio sediou o maior evento do Mercado Livre de Energia do interior de São Paulo, o 2º Encontro Migratio de Energia e Gás (EMEG). No Buffet Solano, em Limeira, dia 23 de agosto, mais de 300 autoridades dos dois setores, líderes empresariais da região, executivos e empreendedores discutiram sobre economia, inovação, o livre mercado de gás e a abertura do Mercado Livre de Energia. Este, aliás, dominou as discussões.

“O ano de 2024 será um marco para o setor de energia, quando mais de 100 mil empresas estarão aptas a migrar para o Mercado Livre de energia”, previu Fábio Saldanha, sócio-diretor da Migratio Energia. Para ele, o 2º. EMEG teve o papel de apresentar e discutir as oportunidades, desafios e benefícios desse mercado à região. 

Vários painelistas presentes, no entanto, defenderam que, para que a abertura do Mercado Livre venha a ser um sucesso a partir de 2024 é fundamental que as regras da migração do Ambiente de Contratação Regulado (ACR) para o Ambiente de Contratação Livre (ACL) possam ser simplificadas, principalmente tendo em vista a pouca familiaridade dos consumidores de menor porte com a gestão e a compra de energia. 

A vez das comercializadoras varejistas 

Eduardo Rossi, conselheiro da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), foi um deles. A Câmara, afirmou, já conta com 37.747 consumidores ativos e está se preparando para receber um grande volume de novos e pequenos consumidores. É nesse contexto em que o papel das comercializadoras varejistas nessa migração torna-se tão relevante. Afinal, argumentou, o próximo grupo de empresas a terem essa possibilidade – são as que têm uma demanda contratada inferior a 500 kW – não contam com uma equipe especializada em gestão da energia. “É fundamental, portanto, que as comercializadoras varejistas consigam garantir a esses novos consumidores do ACL a mesma simplicidade do mercado regulado”, afirmou.

Renato Laranjeira diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP) de Limeira, citou uma pesquisa realizada pelo Centro a qual constatou que a energia é, simplesmente, a principal preocupação dos empresários da cidade. A reação do empresariado local em relação à energia não surpreendeu Carlos Faria, diretor-presidente da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), “O setor vive um cipoal de regras”, comparou. “E isso tem impacto no custo Brasil”, afirmou. 

José Mario Bozza Gazetta, presidente da Associação Comercial e Industrial de Limeira (ACIL), por sua vez, aguarda com expectativa a abertura de mercado. “A concorrência no mercado de energia para o atendimento às nossas empresas abrirá novos canais de diálogos”, avaliou. 

Nesta discussão, a boa notícia ficou por conta do fato de as autoridades já estarem atentas à simplificação das regras para a ampliação do mercado livre de energia. Alexandre Lopes, vice-presidente de Energia da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) lembrou que a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) já abriu uma consulta pública para simplificar a migração sob as comercializadoras varejistas. 

Gás natural e biometano

Mas nem só de mercado livre de energia este 2º. EMEG tratou. Um painel específico de gás natural discutiu as oportunidades do insumo. E ficou claro: a infraestrutura de distribuição limitada e política de preços são os grandes gargalos que ainda impedem o crescimento do uso do gás natural e do biometano no Brasil.

A diretora de Economia e Estatística da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Fátima Giovanna Coviello Ferreira, apontou o preço do gás natural como grande vilão da ociosidade do setor químico, na casa dos 30%. Ela citou os problemas de infraestrutura de distribuição como um dos gargalos do segmento. “Para se ter uma ideia, 45% do gás natural produzido no pré-sal é reinjetado ou queimado nas plataformas por falta de capacidade instalada para fazer esse gás chegar na costa e ser distribuído”, pontuou.

O mesmo problema foi apontado pelo diretor de Relacionamentos Institucionais da Associação Paulista das Cerâmicas de Revestimento (Aspacer), Luis Quilici. “A capacidade de consumo hoje do setor é de 4,3 bilhões de m3 de gás natural. O que barra esse crescimento é a limitação da infraestrutura de distribuição”, reclamou.

Biogás em expansão

Da mesma forma como o setor de gás natural, o setor de biogás, baseado em resíduos orgânicos agrícolas ou de aterros sanitários, ressente-se da falta de infraestrutura para crescer no país. Mas há indícios positivos. “O país já conta com 811 plantas produtoras de biogás de todos os usos. No caso do uso para biometano, atualmente temos seis que estão autorizadas a iniciar produção e outras 11 em processo de autorização na ANP”, enumerou Bruna Jardim, especialista em Biometano e Descarbonização da Associação Brasileira de Biogás (Abiogás). Outras 87 plantas deverão entrar em operação até 2029, informou a especialista.

Zilmar José de Souza, gerente de Bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), centrou-se na tendência de crescimento da produção de biogás a partir dos resíduos da produção de açúcar e de álcool. “O setor sucroalcooleiro produz hoje 27 bilhões de m3 de biogás por ano e deve chegar a 35 bilhões em 2029”, informou. 

Primeira usina de biogás na rede

Uma boa notícia foi dada pelo gerente de Comercialização, Rede Local, Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (ARSESP), Eliésio Francisco da Silva. Ele  aproveitou o 2º EMEG para anunciar que a Usina Costa Pinto, da Raízen, vai se tornar a primeira usina a fazer a injeção de biometano na rede da distribuidora de gás do sistema da região de Piracicaba. 

Amônia verde

O 2º EMEG foi palco, ainda, para um importante anúncio: A Migratio Soluções, a Phama Energias Renováveis e a Torao Participações constituíram a Begreen, uma empresa que tem como meta a produção de 3 mil toneladas anuais de “amônia verde” na cidade de Passo Fundo no Rio Grande do Sul.  O empreendimento prevê a parceria com a Universidade de Passo Fundo, que não só produzirá o insumo, como, ainda, o testará em laboratório e em campo. Serão avaliadas várias formulações, dosagens e a sua aplicação em culturas diferentes, promovendo estudos para entender o real potencial de fertilizantes nitrogenados em solos brasileiros.

Com um investimento total de aproximadamente R$ 140 milhões, o projeto deverá estar operacional até o primeiro semestre de 2026 para sintetizar a amônia (NH3) a partir de hidrogênio (H2) e da captação do nitrogênio (N) do ar. “A expectativa é que as lavouras tenham um crescimento de até 20% com a utilização da amônia verde”, afirmou Fabio Saldanha, sócio-diretor do Grupo Migratio.

Economia e empreendedorismo

O 2º EMEG contou, ainda, com uma palestra do empresário Guga Stocco – fundador da Venture Capital Futurum.Capital e da plataforma de educação Fpass -, e de Igor Rose, economista sênior do Itaú BBA. Na pauta, expectativas econômicas mais positivas e a importância de o empreendedorismo transformar realidades. 

Repercussão na mídia

A relevância do 2º Encontro Migratio de Energia e Gás foi registrada pela mídia. Registraram o evento em sua programação regional as emissoras de televisão EPTV e a BAND de Campinas. Também vieram para a cobertura do evento jornalistas dos veículos Canal Energia, Megawhat, especializados em energia, bem como o Argus Media, um site internacional que acompanha o mercado brasileiro de energia. Mais de 15 matérias foram publicadas sobre o 2º. EMEG na ocasião. 

Repercussão TV Globo – EPTV Campinas

https://globoplay.globo.com/v/11891776/?s=0s

Repercussão TV Band – Campinas

Repercussão MegaWatt

https://www.instagram.com/reel/CwqYvX0u7Y6/?igshid=MzRlODBiNWFlZA%3D%3D

O 3º Encontro Migratio de Energia e Gás, a ser realizado em 2024, já está na pauta. E, com certeza, em plena abertura do mercado livre de energia, a estrela do ano serão os novos consumidores que migrarão – às dezenas de milhares, chegando à centena de milhar – ao ambiente de contratação livre de energia. Que venha a livre contratação de energia! A Migratio já se prepara para recebê-los no ano que vem.

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