O ano de 2024 foi notável. Pelas contas da Associação Brasileira de Comercializadores (Abraceel), 64.497 unidades consumidoras já se encontram no mercado livre, enquanto outras 14.548 aguardam para migrar, informa a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Trata-se de um recorde de 67% na expansão no total de consumidores, e um aumento de 11% na demanda, estimada em 28.041 megawatts-médios em 2024. O volume equivale a 39% de toda a eletricidade consumida no país.
Diante da abertura de mercado proporcionada pela portaria 50/2022 do Ministério de Minas e Energia (MME) – que liberou aos consumidores da alta tensão, mas com carga abaixo de 500 quilowatts (kW), a migrar para o mercado livre, onde podem escolher a fonte de onde consumir, além de prazos e condições da contratação dessa energia – a Abraceel quer mais: defende uma ampliação ainda maior do ambiente de contratação livre, chegando, inclusive, às unidades residenciais.
Segundo o jornal Valor Econômico, “há uma expectativa de que a Aneel e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) possam realizar estudos de impacto e medidas regulatórias necessárias para estender a abertura do mercado para a baixa tensão, mas ainda não há um prazo para que isso ocorra”.
A Abraceel, no entanto, tem pressa. Em nota, a instituição chegou a defender “que todos os consumidores de energia, inclusive residenciais tenham o mesmo direito a partir de 2026”. “É o que aguardamos e já estamos preparados para essa nova tendência”, afirmou Hélio Lima, sócio-diretor da Migratio Energia. “A nossa comercializadora varejista, por onde captaremos esses clientes de menor carga, já está preparada”, garante.