Uma parte do futuro da transição energética brasileira passa pelo hidrogênio verde – aquele que é produzido a partir de energias renováveis. O hidrogênio de baixa emissão de carbono tem se apresentado como uma solução viável e necessária à descarbonização de indústrias químicas e atividades como mineração e produção de aço.

Do ponto de vista regulatório, a lei que criou o Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PHBC), assinada em setembro, prevê R$ 18,3 bilhões em incentivos fiscais entre 2028 e 2032. “Esta sinalização foi fundamental para que projetos, que somam cifras dez vezes maiores, fossem anunciados em diversos estados brasileiros”, ressalta Fábio Saldanha, sócio-diretor do Grupo Migratio.

A Clean Energy Latin America (CELA), consultoria na área de energia renovável, por exemplo, já mapeou mais de 70 iniciativas de produção de hidrogênio verde no país, 31 das quais só no Complexo Portuário do Pecém (CE). São projetos que somam uma capacidade de 15,5 GW em eletrolisadores e promessas de investimentos na casa dos R$ 165,3 bilhões.

Entre os setores em que o hidrogênio verde é visto com maior potencial de descarbonização está o da produção de fertilizantes nitrogenados, à base de amônia. De acordo Luiz Paulo Hauth, diretor de Tecnologia da Begreen Bioenergia e Fertilizantes Sustentáveis, empresa com participação acionária do Grupo Migratio, as pequenas usinas locais são um modelo ideal para viabilizar os custos de produção de fertilizantes hidrogenados de baixo carbono no país.  Ele comemora, inclusive, o fato de duas usinas da Begreen com esse perfil – em Tio Hugo e em Passo Fundo – já terem sido incluídas no Mapa de Hidrogênio no Brasil da EPE. “Nosso modelo de negócio e tecnologia agregam a autoprodução de energia com a produção de amônia ou ureia de baixo carbono. Setores agrícolas que já utilizam resíduos como biomassa para produção de energia, ou mesmo pequenas hidroelétricas, podem fazer uso dessa estrutura para a produção de amônia verde”, explicou. 

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