O Ministério de Minas e Energia (MME) abriu uma consulta pública para discutir mudanças nos modelos de preços de energia de curto prazo, o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD). Anualmente, a Comissão Permanente para Análise de Metodologias e Programas Computacionais do Setor Elétrico (Cpamp) analisa melhorias pertinentes aos modelos utilizados para a programação da operação e formação do preço de energia elétrica, principalmente os parâmetros de risco, de forma a adequá-los à situação real do país.

A partir de estudo realizado, a proposta elaborada pelo GT de Metodologia da Cpamp propõe a adoção da metodologia PAR(p)-A na geração de cenários e construção de função de custo futuro dos modelos computacionais, no lugar do PAR(p). O PAR(p) é uma metodologia estatística que considera a hidrologia histórica do sistema dentro do modelo Newave, que trata do planejamento no horizonte de até cinco anos. Ele olha as afluências do passado para projetar as do futuro. Com a mudança para o PAR(p)-A, será usado um histórico mais abrangente, considerando um peso para a média dos últimos doze meses, deixando a metodologia mais realista para a geração de cenários futuros. A proposta elaborada pelo GT de Metodologia prioriza o armazenamento dos reservatórios das hidrelétricas e consequentemente o acionamento de mais termelétricas, o que deve elevar o PLD.

Atualmente o parâmetro utilizado para aversão ao risco é CVaR (50,35), ou seja, um peso 50 para os cenários mais otimistas e um peso 35 para os cenários mais pessimistas, que segundo o Cpamp, não reflete a realidade enfrentada. A alteração proposta se trata de dar maior peso aos cenários pessimistas e peso menor aos otimistas, com um CVaR (25,40). A introdução dessa metodologia foi discutida em 2021, mas acabou não sendo implementada devido aos agentes entenderem necessário analisar as mudanças com mais calma. Na época, a Cpamp também concluiu que o cálculo não proporcionaria segurança ao processo de planejamento da expansão, da programação da operação e formação do preço e que não haveria tempo suficiente para reavaliar dentro do período da Consulta Pública.

A atual Consulta Pública será encerrada no dia 11 de março e para que as mudanças entrem em vigor a partir de 2023, precisarão ser discutidas e aprovadas até o fim de julho, porém, a expectativa é de deliberação até 31 de março.

Por: João Victor Bonora - Middle Office | Migratio Energia.

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