No final de novembro o Operador Nacional do Sistema – ONS optou em conjunto com o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico – CMSE pelo retorno do recebimento das ofertas para geração termelétrica adicional, através da Portaria nº 17 do Ministério de Minas e Energia, durante o mês de dezembro. Pelos cenários traçados pelo ONS, os recursos hidroenergéticos já seriam suficientes para o atendimento da carga, porém, a ideia consiste em preservar os reservatórios e garantir preços mais competitivos pela portaria, que limitou o aceite para as ofertas de até R$ 1.000,00/MWh constada nos submercados Sudeste/Centro-Oeste ou Sul.
No início do mês, o CMSE também anunciou a limitação na geração termelétrica a 15 mil MW médios ao longo de dezembro. Dessa forma, a prioridade será para o despacho de usinas mais baratas, reforçando a estratégia de redução de custo de operação do sistema elétrico brasileiro, já que o período úmido teve início e os níveis de água nos reservatórios estão melhorando gradativamente, com projeções do ONS indicando o pleno atendimento no fornecimento de energia até maio de 2022, tanto em termos de energia quanto de potência, sem necessidade de uso da reserva operativa.
O grande impacto da limitação na geração térmica será na redução dos altos valores de encargos tido nos últimos meses. Para janeiro, referente a dezembro, o valor de encargos está estimado em torno de R$ 3,9 bilhões, enquanto para o mês de dezembro, ainda em referência a novembro, a expectativa para o valor dos encargos é de R$ 5,2 bilhões (R$ 3,7 bilhões devido ao despacho térmico por segurança energética, R$ 975,2 milhões devido a importação por segurança energética, R$ 126 milhões por unit commitment, R$ 368,3 milhões por Oferta Adicional e R$ 4,2 milhões devido a restrições operativas), destacando uma redução prevista de 25% com as novas medidas.