Segundo notícia do g1, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (14) que determinará ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que mude a bandeira tarifária da energia elétrica de “vermelha” para “normal” em novembro.
“Meu bom Deus nos ajudou agora com chuva. Estávamos na iminência de um colapso. Não podíamos transmitir pânico à sociedade. Dói a gente autorizar o ministro Bento, das Minas e Energia: ‘Decreta bandeira vermelha’. Dói no coração. Sabemos das dificuldades da energia elétrica. Vou pedir para ele [ministro de Minas e Energia] — pedir não, determinar — que ele volte para a bandeira normal no mês que vem”, disse Bolsonaro à noite em um evento evangélico em Brasília.
No entanto, segundo análise realizada pela MegaWhat, se tem uma projeção de déficit para a Conta Bandeiras ao final de 2021 em R$ 7,97 bilhões, já considerando a arrecadação da bandeira tarifária escassez hídrica, de R$ 14,20 a cada 100 kWh, vigente até 30 de abril de 2022. A bandeira de escassez hídrica auxilia a cobrir as despesas futuras, mas não resolve o déficit acumulado. Os valores estão destacados abaixo.
– Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel, o déficit de agosto era de R$ 8,05 bilhões;
– Custo com risco hidrológico de R$ 12,6 bilhões, com base na expectativa sobre o Preço de Liquidação das Diferenças – PLD e GSF para os próximos meses;
– Custo de R$ 8,25 bilhões de Encargos de Serviço de Sistema – ESS;
– Receita de R$ 20,64 bilhões de arrecadação projetada com a bandeira escassez hídrica e R$ 260 milhões de prêmio de risco.
Também se destaca as expectativas de chuvas apontadas pelos modelos meteorológicos, fazendo com que o preço de energia futuro reduza, assim como o PLD, que saindo do teto regulatório (R$ 583,88) acarretará uma elevação no custo dos encargos de serviço de sistema – ESS, uma vez que o despacho de todo o parque térmico deve continuar (incluindo despachos fora da ordem de mérito). O custo projetado pela MegaWhat para os encargos foi de R$ 8,25 bilhões, cerca de R$ 3,25 bilhões superior em relação ao PLD no teto regulatório.
Assim, os déficits e receitas projetam o resultado de R$ 7,97 bilhões no fim do ano, que serão elevados em caso de redução na arrecadação da Conta Bandeiras sem a bandeira tarifária escassez hídrica.