Se em 2022 e em 2023, o piso do PLD, que é o preço de energia elétrica de referência no setor, patinou no valor mínimo permitido pela regulação, no segundo semestre de 2024 o enredo mudou. O nervosismo já se fez sentir tanto nas negociações de curto, como de longo prazo. Pelos cálculos do Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia (BBCE) os 330 terawatts/hora (TWh) transacionados no mercado livre de energia em contratos futuros de até dez anos – ou R$ 40,8 bilhões – ao longo do primeiro semestre de 2024 já superaram o valor comercializado ao longo de 2023 inteiro.
A razão por essa intensificação de negócios entre comercializadoras e consumidores eletrointensivos reflete a volatilidade do setor, ante o temor da radicalização de eventos climáticos, e ante ao aumento previsto da carga, muitas vezes decorrente, exatamente, das temperaturas médias mais altas, as quais devem se manter nos próximos meses.
Para Hélio Lima, sócio-diretor da Migratio Energia, de fato, este é um momento em que empresas devem procurar se blindar das oscilações de preços futuros, negociando contratos de longo prazo o quanto antes. “Se em junho os contratos refletiam um PLD de R$ 61,07, hoje os cenários da BBCE indicam PLD acima dos R$ 185 a partir de setembro”, alerta.